Um bom Pai de cabanha !

Há muito se fala da importância de um bom "Pai de cabanha" . Fala-se que é condição essencial que seja um animal provado, que tenha mostrado sua aptidão funcional e que tenha confirmado através de sua descendência a fixação de características desejáveis como aprumos, temperamento, habilidade, instinto vaqueiro, vivacidade e assim por diante...

Mais recentemente, e principalmente entre povos de cultura equestre consolidada, as mães são consideradas de extrema importância, e as vezes, mais valorizadas que o Pai.

Nesses breves comentários, sem adentrar no mérito( nos atreveremos a falar de " las madres" mais adiante) de quem é mais importante, focaremos no Pai por um singelo motivo: um Pai normalmente em uma cabanha deixa de 20 a 100 filhos por ano. Uma mãe, nas atuais regras do crioulo, no máximo dois. ( e para isso tem que estar autorizada em face de suas premiações em Freio e Morfologia Expointer)

É sabido que um indivíduo tem uma composição genética (gens) herdados 50% de cada um dos pais, entretanto, algumas características apresentam maior herdabilidade e as combinações genéticas podem alterar características morfológicas ou ligadas a função criando indivíduos com aspectos melhores ou piores que seus antecedentes.

Se partirmos de uma avaliação individual teremos boas chances de obtermos na descedência parte dessas características, no entanto, a maior ou menor capacidade de um "Pai de cabanha" de fixar suas boas características, inclusive as boas e más não aparentes é que determinará o futuro desse indivíduo como Pai.

O que estamos dizendo é que um grande "Pai de cabanha" não pode, matematicamente, ter menos do que 10 anos. Explico: necessitará de pelos menos 3 a 4 anos para demonstrar a plenitude de morfologia, mais 2 a 3 anos para demonstrar suas aptidões funcionais e pelo menos duas gerações de filhos já com 5 anos , com éguas de diversos sangues, para podermos ter a certeza de que fixa características desejáveis ou que, pelo menos, em sua grande maioria, os filhos sejam melhores que as mães.

Em resumo: Ser criador e fazer um grande "Pai de cabanha" é tarefa árdua e longa.

Escolher um desses até pode parecer fácil, o difícil é encontrar quem esteja disposto a cedê-lo !

Nós do Veio D´Água temos bastante clareza nos valores que nos interessam no que diz respeito a um "Pai de cabanha": docilidade, habilidade, vontade para o trabalho, correção morfológica ( aprumos, angulações corretas, linha de cima, frente leve e selo racial)...

Escolhemos nosso primeiro Pai de cabanha partindo de tais valores e hoje, tendo sua primeira geração completado 5 anos podemos afirmar: Se procurássemos hoje o primeiro " Pai de cabanha" seria ele mesmo, o Faisão !

Relatos de um Ginete III

Nos tempos da Revolução...

Nos tempos da Revolução Farroupilha eram muitos os que estavam em guerra. Homens gaúchos e campeiros que iam de um lado para o outro a cavalo. Viagens de dias no lombo dos cavalos. Chegavam às estâncias, províncias e vilarejos com seus cavalos cansados, exaustos, trocavam então pelos descansados e bem tratados para seguirem em frente. Assim era a rotina e valiam mais os cavalos que mais resistiam.
Ah !!!! Se naquele tempo a família Goulart já estivesse criando cavalos, com certeza os campos do Veio d’Água seriam o melhor lugar para esta troca de cavalos. E lhes garanto pelo tempo que estou aqui, não tinha visto um vigor tão grande como o desses animais.
A vivacidade Faisão não tem fim e seria mais uma arma de guerra para aqueles tempos. Seus filhos e filhas são de uma aptidão inteiramente contagiante para o trabalho, que quanto mais os monto " más me gusta" montá-los.
Sorte a nossa que hoje podemos montá-los em uma guerra sadia e competitiva chamada Freio de Ouro que agrada do peão ao patrão.

Tarde de sol lindo e frio ameno

Abraços
Ariosto Camboim

Agradecimento !

Em nome do sonho de criar bons cavalos que se chama Cabanha Veio D´Água, agradecemos o carinho e atenção que temos recebido através das mensagens deixadas em nossso site e dos inúmeros emails que recebemos. Gente do cavalo, gente da sensibilidade, amigos , novos amigos ... Muito obrigado ! e continuem acompanhando e trocando idéias conosco.
abraço forte da família Veio D´Água

Relatos de um Ginete II

CONQUISTA VEIO D`ÁGUA (FAISÃO em JA TABUADA)


No dezembro passado, durante a Credenciadora da Capital Farroupilha, mui gentilmente, Luiz Martins Bastos Neto visitou a cabanha. Dando um vistaço em algumas éguas que estavam “nas casas” viu as duas primeiras éguas trazidas do Chile, éguas riograndenses, éguas argentinas, entre outras. Estavam lá duas éguas picaças e outras gateadas filhas do Faisão. Para esse gaúcho profundamente conhecedor dos bons crioulos uma égua prestes a parir chamou-lhe a atenção como das mais interessantes éguas vistadas.
Ah!! Que coincidência do destino ! Ficou ele surpreso quando revelamos que a égua chamava-se Conquista do Veio D’Água, filha de Faisão de São Bibiano, e estava por parir de Jurado da Tradição, um cavalo de sua criação. Daí para frente foram só sorrisos e comentários sobre o futuro da cria e, claro, dessa bela égua.
Conquista do Veio D’Água pariu uma semana depois dessa agradável visita. Um potrilho baio (Hermano do Veio D’Água) que para mim é o melhor desta geração.
Já desmamado o potrilho e apartada de volta à cabanha lhes digo: É mansa e buena e se o patrão concordar na próxima temporada estarei montado nela nas pistas do Freio de Ouro.


Final de tarde frio, roda de mate e prosa com os amigos nos campos do Veio D’Água.

Ariosto Camboin